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Sertanejo

De origem nordestina da década de 1910, a história da música sertaneja pode ser resumida em três fases. Na primeira fase Cornélio Pires e sua "Turma Caipira” entrariam para a história da “Música Caipira”, quando já no final dos anos 1920, aconteceu o primeiro grande passo importante do movimento sertanejo. Cornélio Pires resolveu bancar do próprio bolso a primeira gravação registrada em disco, um “78 RPM” pela Gravadora Colúmbia. Nessa época artistas representativos do gênero começaram a aparecer para o mundo sertanejo, casos de Alvarenga & Ranchinho, Torres & Florêncio, Tonico & Tinoco, Vieira & Vieirinha e outros.

História da música sertaneja
Cornélio Pires e sua "Turma Caipira"

A música sertaneja pode ser classificada em três subgêneros principais: “Sertanejo Raiz”, “Sertanejo Romântico” e “Sertanejo Universitário”. No período pós-guerra começa a fase de transição da música caipira com mais uma safra de bons representantes, entre eles: Irmãs Galvão, Cascatinha & Inhana, Irmãs Castro, Sulino & Marrueiro, Palmeira & Biá, o trio "Luizinho, Limeira & Zezinha", Tião Carreiro & Pardinho e Zé Fortuna. Ainda nessa fase, já no final da década de 1960, algumas inovações começaram a mudar o rumo da música sertaneja como, por exemplo, a introdução da guitarra elétrica pela dupla Léo Canhoto & Robertinho, "primeira dupla caipira a receber um disco de ouro", e também com as mudanças introduzidas por uma das duplas de maior destaque nessa fase, "Milionário & José Rico", que seguindo exemplos de Miltinho Rodrigues e Pedro Bento & Zé da Estrada deu uma nova cara ao sertanejo, com a sistematização e uso de elementos da tradição mexicana em seus arranjos.

Milionário & José Rico formaram uma das maiores duplas sertanejas de todos os tempos.
Milionário & José Rico

Nos anos 70, continuando a fase de renovação da música sertaneja outra dupla, "Belmonte & Amarai". vinda também da fase de 1960 e considerada a mais afinada na época, apesar do pouco tempo de existência, conseguiu registrar seu nome de maneira muito forte na história da música sertaneja, com o alcance em vendagem de mais de 1.600.000 cópias com “Saudade de Minha Terra”. Belmonte, com sua segunda voz diferenciada, tornou-se referência para a próxima geração de segundeiros. Também contribuindo para a modernização da música sertaneja ,nos anos 70 alguns artistas da Jovem Guarda migraram para o gênero, exemplo de Sérgio Reis, que estourou com “O Menino da Porteira”, de Ted Vieira e Luizinho. Em 1971 Lourenço & Lourival foi mais uma das duplas importantes para a modernização da música sertaneja romântica, emplacando o sucesso “Como eu Chorei”, de Telmo de Maia, com a introdução de acompanhamento e solo de órgão e gaita. Nessa fase, que ainda reinava a era do circo, Milionário & José Rico era uma das duplas campeãs de bilheteria. Também um símbolo da mudança da música sertaneja, Renato Teixeira emplacou com Elis Regina “Romaria”, de sua autoria, um dos principais clássicos da música regional e legítima representante da música sertaneja raiz.

Renato Teixeira, música regional
Renato Teixeira

Nos anos 80, é que a música sertaneja, de cara nova, começou a ganhar uma grande fatia do mercado musical em todos os sentidos. Comercialmente falando, tanto na execução das músicas através das emissoras de rádio AM e FM, de todo o país, como também na televisão, com o aumento significativo da venda de discos em todo o país. Era o início da exploração comercial massificada do sertanejo. Nessa fase de transição. o mais importante nome, sem nenhuma sombra de dúvida, foi a dupla Chitãozinho & Xororó, que conseguiu com “Fio de Cabelo”, de Darci Rossi e Marciano, lançada em 1982, vender mais de 1.500.000 de cópias e ser o primeiro nome sertanejo a ser tocado em FM. Méritos também para Matogrosso & Mathias, uma das duplas pioneiras do sertanejo a conseguir espaço nas FMS, em 1985, com a canção “De Igual para Igual”, de Roberta Miranda e Matogrosso.

Matogrosso & Mathias, vinte e quatro horas de amor
Matogrosso & Mathias

Entre 1987 e 1988, Chitãozinho & Xororó apresentaram um programa dominical no SBT, e ainda em 1987, participaram do especial de fim de ano de Roberto Carlos, na TV Globo. Em 1989 a dupla emplacou um novo sucesso, dessa vez como trilha sonora da novela Tieta, "No Rancho Fundo", de Ary Barroso e Lamartine Babo. Nessa época João Mineiro & Marciano era outro nome importante da música sertaneja. Na boca do povo, estava o enorme sucesso de "Seu Amor Ainda é Tudo", de Moacyr Franco. Mas foi também a partir de Chitãozinho & Xororó, seguidos por Gilberto & Gilmar e João Mineiro & Marciano, duplas empresariadas na época por José Homero Béttio, que o pontapé inicial foi dado às grandes produções de palco, som e luz. Assim, o chamado “Sertanejo Romântico” tomou conta de vez das paradas de sucesso de todo o país, influenciando outros grandes nomes do gênero como Leandro & Leonardo e Zézé Di Camargo e Luciano, com produções gigantescas. Essa escola foi seguida por João Paulo & Daniel e um pouco mais adiante, por Bruno & Marrone.

Chitãozinho & Xororó, renovação da música sertaneja.
Chitãozinho & Xororó

O sertanejo romântico, com seus artistas de ponta, passou a ser visto nas maiores casas de espetáculo do país. Chitãozinho & Xororó, Leandro & Leonardo e Zezé Di Camargo & Luciano passaram a apresentar um programa de grande alcance de audiência em horário nobre na TV Globo “Os Amigos”, abrindo de vez o caminho para as gerações futuras do segmento sertanejo moderno. Nessa fase da música romântica, Leandro & Leonardo e Zezé Di Camargo & Luciano, seguindo o exemplo de Chitãozinho & Xororó, começaram a introduzir mais, e cada vez mais cenários gigantescos em suas apresentações, com produções comparadas as grandes estrelas internacionais.

Zezé de Camargo & Luciano, alta produção no meio sertanejo.
Zezé Di Camargo & Luciano

Com o grande impacto criado pela música sertaneja romântica, os artistas sertanejos tomavam cada vez mais espaço nas exposições agropecuárias e rodeios de todo o país. Embalada com o êxito de grandes sucessos nacionais e releituras de músicas internacionais, com a grande influência da música country norte-americana e da estética cowboy, a grande tendência da moda era incorporada com vestimentas características de grifes sertanejas.


Dessa nova tendência romântica da música sertaneja, surgiram e ressurgiram inúmeros artistas como Chrystian & Ralf, Trio Parada Dura, Milionário e José Rico, Chico Rey & Paraná, Ataíde & Alexandre, Bruno & Marrone, Cezar & Paulinho, Gian & Giovani, Almir Sater, Rick & Renner, Edson & Hudson, Gino & Geno, Teodoro & Sampaio, Guilherme & Santiago, Nalva Aguiar, Roberta Miranda, Pena Branca & Xavantinho, Lourenço & Lourival, As Galvão e Rionegro & Solimões, dentre outros.

Chrystian & Ralf, tida como a dupla mais afinada do sertanejo.
Chrystian & Ralf

Não podemos esquecer que na história da música sertaneja, que se tornou o estilo mais popular do país, com grande força e quase que dominando a programação das rádios e execuções na internet, um dos nomes de maior importância no meio foi o de Tonico & Tinoco. Foi a dupla que praticamente influenciou todas as gerações e vendeu mais de 150 milhões de cópias, embora outros nomes mereçam ser lembrados, a exemplo de Tião Carreiro, o criador do pagode sertanejo.

Tonico & Tinoco, a mais importante dupla sertaneja do Brasil que o Brasil já conheceu.
Tonico & Tinoco

A partir da década de 2000, uma nova frente da música sertaneja estava sendo formada. Era o início da afirmação da terceira fase da nova tendência denominada “Sertanejo Universitário”, para muitos, surgido com César Menotti & Fabiano em 2005, mas que já vinha engatinhando com alguns artistas mais velhos de estrada, exemplo de Juliano César, que costumava se apresentar em faculdades, em seus tempos de estudante. A dupla Victor & Leo também merece destaque nessa nova fase da música sertaneja, assim como João Bosco & Vinícius, tidos como introdutores do novo rótulo. O grupo "Tradição", com suas micaretas sertanejas, misturando sertanejo, vanerão e axé, foi outro nome importante no segmento do sertanejo universitário.

Grupo Tradição, micareta sertaneja.
Grupo Tradição

Em 2006 Zezé Di Camargo & Luciano comemoravam 15 anos de carreira, com mais de 22 milhões de cópias vendidas, colocando definitivamente seu nome como uma das mais importantes duplas de todos os tempos no Brasil, enquanto o novo segmento do sertanejo crescia cada vez mais.


Hoje, o Sertanejo Universitário representa a maior fatia comercial do mercado musical. Nomes representativos como Luan Santana, Gustavo Lima, Fernando & Sorocaba, Jorge Mateus, Henrique & Juliano, Maria Cecília & Rodolfo, Thaeme & Thiago, Jads & Jadson, Marcos & Belutti, Michel Teló, Marília Mendonça, Naiara Azevedo e Maiara & Maraisa, dentre outros.


Cristiano Araújo foi a grande perda, quando um acidente automobilístico tirou-lhe a vida em plena ascensão.

Cristiano Araújo, uma das maiores perdas da música sertaneja moderna.
Cristiano Araújo

Definitivamente, o sertanejo moderno mostra porque veio, assegurando seu status de gênero musical mais ouvido do país.


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